Em meio a críticas, Seleção conquistava o tetra há 30 anos

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Ao vencer a Copa de 94, Brasil rompeu jejum de 24 anos sem títulos mundiais. Morte de Senna e chegada do Real marcaram meses que antecederam o Mundial.A seleção brasileira chegará aos Estados Unidos, em 2026, com a pressão de ter de quebrar um jejum de 24 anos sem vencer uma Copa do Mundo. O cenário da próxima Copa — que dessa vez terá alguns jogos no México e no Canadá — é o mesmo de 1994, quando a Seleção conseguiu ganhar o sonhado tetra na terra do soccer.

Há 30 anos, a conquista que tirou o futebol brasileiro da fila de 24 anos sem títulos mundiais marcou uma geração. O pênalti do craque italiano Roberto Baggio subindo pelos céus da Califórnia, seguido dos gritos de “é tetra” que ecoavam nas tevês e nas ruas, entrou para sempre na memória do país.

“Não há seleção brasileira mais atacada e criticada do que a de 1994”, afirma o jornalista Thiago Uberreich, que no mês passado lançou o livro 1994, o Brasil é tetra. Para o livro, o autor entrevistou 15 dos 22 jogadores campeões, além do técnico Carlos Alberto Parreira.

Atualmente treinada por Dorival Júnior, a Seleção ainda precisa garantir a vaga para a Copa de 2026, mas o Brasil jamais ficou de fora da maior competição de futebol do mundo. Recentemente, também nos EUA, a Seleção foi eliminada da Copa América nas quartas de final, após perder nos pênaltis para o Uruguai.

“O período que a Seleção enfrenta hoje é um período muito complicado, talvez o pior de todos os tempos”, opina Uberreich, que também é autor de Biografia das Copas e de três livros sobre os títulos do Brasil nas Copas de 1958, 1962 e 1970.

Nas eliminatórias para a Copa de 1994, a Seleção perdeu sua primeira partida na história da competição, em La Paz, contra a Bolívia, causando uma enorme crise no futebol brasileiro. No ano passado, três derrotas seguidas na mesma competição, fato inédito, sendo uma delas o primeiro revés em casa na história, não causaram a mesma repercussão.

“Há uma crise de identidade. Várias vezes a gente ouve os amigos falando que, quando estão vendo um jogo da seleção, na hora do hino nacional eles não reconhecem os jogadores”, diz o autor. DW

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