Em ato mais forte contra Israel, Lula retira embaixador de forma definitiva

0
266

Num decreto publicado hoje (29), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou o embaixador do Brasil Frederico Meyer como representante do país na Conferência de Desarmamento da ONU. Com essa decisão, o diplomata é retirado de forma definitiva de Israel, posto que ocupava até fevereiro.

O decreto não indica um substituto para Meyer, em Tel Aviv.

O ato não significa uma ruptura completa de relações diplomáticas com Israel. Mas é o gesto mais forte já tomado pelo Brasil contra o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

A embaixada será, a partir de agora, liderada apenas pelo encarregado de Negócios, reduzindo a importância da representação. Diplomaticamente, é um sinal aos israelenses do grau de prioridade e de relevância que o governo Lula quer manter com o governo Netanyahu.

A retirada ocorre às vésperas de uma decisão do Tribunal Penal Internacional sobre o pedido de sua procuradoria para emitir uma ordem de prisão contra Netanyahu por crimes de guerra e crimes contra a humanidade. O chefe de governo de Israel ainda vem enfrentando críticas de organizações internacionais e de líderes mundiais, como Emmanuel Macron, que denunciaram as mortes de palestinos.

A reprimenda de Israel ocorreu no Museu do Holocausto, em hebraico e diante do embaixador. O ato foi considerado no Itamaraty como uma “humilhação”. Dias depois, para demonstrar insatisfação, Lula convocou de volta para Brasília o diplomata, oficialmente para consultas.

Na semana passada, porém, ele retornou para Israel e, nos últimos dias, chegou a assinar telegramas oficiais aos demais embaixadores brasileiros, indicando que estava em Tel Aviv. Mas em nenhum momento comunicou ao governo de Israel que estava de volta ao posto. Ele, portanto, não reassumiu.

Agora, no Diário Oficial, Lula nomeia Frederico Meyer para o “cargo de representante do Brasil junto à Conferência do Desarmamento, na Suíça, removendo-o da Embaixada do Brasil em Tel Aviv para a Missão Permanente do Brasil junto à ONU”.

Ainda que tenha um papel estratégico, a Conferência do Desarmamento vive uma completa paralisia nos últimos 20 anos, chegando a ser alertada por António Guterres, secretário-geral da ONU, sobre o risco de um órgão viver tal situação.

O cargo, até agora, era ocupado pelo embaixador Flávio Damico.

Por: UOL

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here