O brasileiro Daniel Alves, condenado a quatro anos e meio de prisão por estupro, solicitou sua liberdade provisória enquanto aguarda a sentença definitiva e afirmou que não fugiria da Espanha, em uma audiência nesta terça-feira (19) em Barcelona.
Todas as partes compareceram a um tribunal da Audiência de Barcelona para uma breve audiência a portas fechadas, destinada a avaliar o pedido de liberdade da defesa do atleta, sobre a qual o Ministério Público afirmou que é contrário.
A advogada de Alves, Inés Guardiola, afirmou que o cliente, em prisão provisória desde janeiro do ano passado, não deve continuar detido.
Ela argumentou que Alves já cumpriu um quarto da pena que o tribunal impôs no final de fevereiro – o que, em caso de sentença definitiva, o habilitaria a começar a receber benefícios penitenciários – e afirmou que o brasileiro não fugiria, informaram fontes jurídicas.
A defesa propôs, ainda, possíveis medidas para facilitar a saída, como o depósito de uma fiança de 50.000 euros (54.000 dólares, 271.000 reais) ou a entrega dos dois passaportes do ex-jogador, acrescentaram as fontes.
Alves, que estava na prisão e participou na audiência por videoconferência, declarou aos juízes que não fugiria caso obtenha a liberdade provisória e que acredita na justiça, apontaram as mesmas fontes.
Os argumentos não convenceram, no entanto, o Ministério Público, que continua contrário à libertação do ex-jogador do Barcelona e do Paris Saint-Germain, entre outras equipes, por considerar que o risco de fuga é elevado.
A decisão dos magistrados, que não deve demorar, será sobre este pedido de liberdade e não sobre os recursos apresentados por todas as partes à sentença proferida por este mesmo tribunal no fim de fevereiro, que serão examinados posteriormente em outra instância.
Após um julgamento com grande cobertura da imprensa, a seção 21 da Audiência de Barcelona condenou Daniel Alves a quatro anos e meio de prisão pelo estupro de uma mulher no banheiro de uma casa noturna da cidade espanhola no final de 2022.
A sentença também determina cinco anos adicionais de liberdade supervisionada, uma ordem de restrição que impede sua aproximação da vítima durante nove anos e meio e o pagamento de uma indemnização de 150.000 euros (163.000 dólares. 820.000 reais). AFP