O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou nesta quinta-feira (15) “racionalidade” no agronegócio para que o acordo Mercosul-União Europeia possa avançar e ser concluído.
Lula deu a declaração durante entrevista para emissoras de rádio de Goiás, quando citou entraves, impostos principalmente pela França, para a conclusão do acordo comercial entre os blocos. A entrevista às emissoras goianas também foi transmitida no canal do presidente no YouTube.
“O parlamento francês disse que não vai votar o acordo Mercosul-União Europeia por causa da quantidade de veneno usado nos produtos agrícolas brasileiros. Então é importante a gente levar em conta que ser racional, cuidar da agricultura de boa qualidade, é uma necessidade competitiva do Brasil para a China e para a França, para os Estados Unidos e para a Alemanha”, disse.
Na sequência, o petista afirmou que todo agricultor “inteligente” sabe o valor da preservação ambiental para as exportações brasileiras.
“O produtor rural, aquela pessoa séria, aquela pessoa que vive da produção e exportação, sabe que será prejudicial para seus negócios a gente extravasar em queimadas, entrar em terras que não podemos entrar, poluir rios que não pode poluir”, disse Lula.
Todo agricultor inteligente e todo agricultor de bom senso sabe que a preservação ambiental é um valor a mais para os produtos que a gente está produzindo para exportar”, completou o petista.
O acordo Mercosul-União Europeia é negociado desde 1999. Vinte anos depois do início das conversas, em 2019, os blocos finalizaram as negociações comerciais e, um ano depois, os chamados aspectos políticos e de cooperação. Desde então, o acordo está em fase de revisão, para ser feita a assinatura.
A política ambiental da gestão Jair Bolsonaro (PL), que resultou na alta do desmatamento, dificultou a negociação. O presidente Lula já teceu críticas às revisões que estão sendo feitas pela parte europeia.
G1